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Resenha - Verity - Minha Biblioteca


Sinopse - Lowen Ashleigh é uma escritora que se debate com grandes dificuldades financeiras, até que aceita uma oferta de trabalho irrecusável: terminar os três últimos volumes da série de sucesso de Verity Crawford, uma autora de renome que ficou incapacitada depois de um terrível acidente.

Para poder entrar na cabeça de Verity e estudar as anotações e ideias reunidas ao longo de anos de trabalho, Lowen aceita o convite de Jeremy Crawford, marido da autora, e muda-se temporariamente para a casa deles. Mas o que ela não esperava encontrar no caótico escritório de Verity era a autobiografia inacabada da autora. Ao lê-la, percebe que esta não se destinava a ser partilhada com ninguém. São páginas e páginas de confissões arrepiantes, incluindo as memórias de Verity relativas ao dia da morte da filha. Lowen decide ocultar de Jeremy a existência do manuscrito, sabendo que o seu conteúdo destroçaria aquele pai, já em tão grande sofrimento. Mas, à medida que os sentimentos de Lowen por Jeremy se intensificam, ela apercebe-se de que talvez seja melhor ele ler as palavras escritas por Verity. Afinal de contas, por mais dedicado que Jeremy seja à sua mulher doente, uma verdade tão horrenda faria com que fosse impossível ele continuar a amá-la.


Autora: Colleen Hoover

Editora: Galera

Páginas: 320 páginas


✰✰✰✰✰



Vou começar avisando que Verity recebeu 5 estrelas pelo impacto e pelo quanto a história em si me prendeu durante toda o livro, a história tem pontas soltas sim e às vezes parece que a própria autora se perde, como se fosse muito conteúdo para administrar e resultou nesse final pouco satisfatório e enlouquecedor.

Lowen é a baixa autoestima em formato de ser humano, ela tem problemas de sonambulismo, financeira e na carreira. Ou seja, ela não tem boas condições e nem convicções boas sobre si, e ao começar a trabalhar no novo livro de uma autora tão renomada, parece que tudo piora. É normal durante a narrativa encontrámos comparações que a mesma faz de si contra a Verity. Apesar de tudo isso, eu a considero uma personagem interessante, gostei de como ela leva a história e entendi como sua cabeça funcionava, ou pelo menos, acho que sim.

Quando Lowen no primeiro capítulo passa por uma situação nada comum e logo já vem o Jeremy para ajudá-la, se torna tudo uma surpresa para mim, o enredo já começa envolvente e frenético, o que me prendeu ao máximo a tudo que a autora quer me contar. É interessante pensar dessa forma, porque algo peculiar desse livro é exatamente isso: a autora só te diz informações quando é necessário. Até lá, você fica no escuro.


O que você vai ler ás vezes terá um gosto tão ruim que terá vontade de cuspir. Mas vai engolir essas palavras a ponto de elas fazerem parte de você, das suas vísceras, a ponto de elas te machucarem.

E mesmo com esse meu aviso generoso… Vai continuar ingerindo minhas palavras, porque este é você.

Humano.

Curioso.

Pode continuar


Verity é uma personagem que exala intensidade, essa mulher te envolve tanto que se torna comum ler seus capítulos em poucos minutos e sempre ansiando por mais. A cada capítulo novo, a personagem se mostra mais obscura, e a cada vez mais, você percebe o quanto tudo muda. A mesma descreve cenas onde fica claro o amor doentio pelo seu marido, Jeremy, este o qual parece um anjo na história inteira. Na verdade, sendo sincera, ele continua sendo considerado um anjo até depois do final, o que mostra o quanto Verity estava realmente doida por ele.

Falando no homem santo da casa, Jeremy cuida da esposa com muito afinco, dedica seu tempo e contrata enfermeiras, ao mesmo tempo em que cuida do único filho que lhe resta: Crew. Ele é narrado como alguém que ama seus filhos e ao perder as gêmeas, só consegue se manter em pé por Crew. Ao longo da história, ele demonstra sinais de interesse por Lowen e Lowen não fica para trás. Quero comentar que teve cenas que me fizeram sentir vergonhas alheias tão profundas que me marcaram por causa de Lowen e seu jeito de não saber esconder o que quer. Mesmo que o que ela quer, tem esposa, filho e um passado mal contado.


“ Mas por que ele estava acenando para a janela? Se ela não estava lá, por que ele estava acenando? “


O final dessa enrolação é bem comum e previsível: os dois se pegam e as confusões triplicam. Porém, o que mais me incomodou ( além deles se pegarem loucamentes como se o Jeremy não tivesse uma esposa) foi a pouca ou nenhuma presença de personagens secundários, admito que isso tornou a história mais misteriosa porque temos pouca noção além do que Lowen conta, mas na hora de decidir um final decente para essa história, sem a visão de terceiros, fica 1000 mais complicado. Outro ponto que me incomodou bastante foi as pontas soltas que ficaram em relação a Verity, não digo pelo final e sim pela construção da narrativa da personagem, como ela fez ( em qualquer um dos finais) para fingir tão bem e enganar a todos? Aliás, já que estou questionando, aproveito para dizer: Por que Crew fez o que fez na cozinha quando Lowen o questionou? Independente do final escolhido, essas dúvidas não são respondidas.

E eu digo em qualquer um dos finais, porque a história em si não tem um final definitivo pela autora, ela deixa em aberto dois caminhos que o leitor pode seguir e provavelmente criar seu próprio final. Deixo de lado, as críticas que tenho a esse tipo de final e o quanto eu não gosto, para ressaltar que ficaram coisas pendentes sim, mas que talvez sejam explicadas no próximo livro que irá sair contando pela perspectiva de Crew.

A autora divulgou uma foto com uma legenda bem subjetiva:






"When you’re trying to finish one book, but you can’t stop thinking about another book you kind of really think you should write next..."






Tradução livre: “Quando você está tentando terminar um livro, mas você não consegue parar de pensar em outro livro que você pensa realmente que deve escrever a seguir…”

Porém, nada confirmado. Espero que ela faça, mas particulamente, não me sinto interessada em ler essa loucura novamente. Imagina se Crew for pior que a mãe…. Enfim, até que recomendo essa doideira em forma de papel, para quem gosta de um suspense psicológico que pode te deixar de cabelo em pé. Se você estiver lendo e não está sentindo isso, é porque você ainda não chegou no final. Chegue lá, depois nós conversamos.

"— Tudo certo?

— Tudo certo."

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