Resenha - Reino das Cinzas ( Trono de Vidro #7) - Minha Biblioteca
- Helza Aragão
- 18 de nov. de 2020
- 6 min de leitura

A conclusão épica e inesquecível da série Trono de Vidro.
Trancada em um caixão de ferro, Aelin luta para permanecer forte e resistir às torturas de Maeve, pois sabe que a sobrevivência de seu povo depende disso. Mas a cada dia que passa, parece mais difícil manter a determinação. Em Terrasen, Aedion, Lysandra e seus aliados se esforçam para conter a ameaça iminente, porém a força dessa aliança pode não ser o suficiente para barrar as hordas de Erawan e proteger Terrasen da destruição total. Enquanto isso, do outro lado do oceano, Rowan não irá desistir de encontrar seu amor, sua parceira, sua rainha. À medida que os fios do destino se entrelaçam no explosivo final da série Trono de Vidro, todos devem lutar se quiserem uma chance de sobreviver.
Autora: Sarah J. Maas
Editora: Galera Record
Páginas: 938
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OBS: A RESENHA CONTÉM SPOILERS DOS LIVROS ANTERIORES E ALGUNS DO LIVRO ATUAL
E enfim, chegamos no último livro da série Trono de Vidro. Eu não tenho palavras para descrever essa obra com mais de 900 páginas, que me fez chorar, sorrir e viajar. Ao todo, eu demorei um mês para ler toda a série, entre provas e pandemia, e me sinto incrivelmente triste em dizer que Reino das Cinzas não satisfez toda a minha curiosidade, porém, vamos por partes.
Depois dos acontecimentos em Império de Tempestades, Aelin está presa por Maeve. Rowan, Lorcan, Gavriel e Elide vão atrás dela, enquanto Aedion e Lysandra tentam impedir os avanços do exército de Morath. Dorian, Manon e as Trezes estão juntos e com as duas chaves de Wyrd. Chaol, Yrene, Nesryn e Satarq, com exércitos poderosos, caminham até Erilea.
O tanto de acontecimentos nesse livro se deve ao número significativo de personagens na trama, e me refiro aos que realmente importam. Desde o início do livro, notei o quanto ele seria diferente. Se você leu todos os livros anteriores e pensa que está preparado para o que está por vir, sinto em lhe informar que você está completamente errado! Os outros livros da série não se comparam com esse, sendo sincera, nem chegam perto. Aqui é onde a guerra realmente está sendo travada, onde acontecimentos como mortes são muito comuns e a sensação de sufocamento também.
O livro todo é uma tortura, tem momentos bons e felizes mas os infelizes ganham uma força maior. Logo no início, cada capítulo narrado pela Aelin era uma judiação na forma mais verdadeira da palavra, Maeva queria que ela contasse sobre as chaves e que fizesse o juramento de sangue a ela, coisas que Aelin não se permitiria fazer. Todas as torturas que essa mulher passou bravamente, deixa qualquer um que gosta da série desvatado. E fico aliviada em dizer que alguém estava do lado dela nesse momento, e essa pessoa era o Fenrys que tentou ajuda-la oferecendo apoio, mesmo não podendo fazer nada para impedir que ela sofresse. Os dois passam por sufocos que os marcam para sempre e a lealdade entre eles nasce do desespero de ambos.
"Estou aqui, estou com você”

Rowan, Lorcan, Elide e Gavriel. Um grupo totalmente improvável de dá certo, mas que não tinha tempo para discussões e sim ações. Rowan é marido de Aelin, como descobrimos nas últimas páginas de Império de Tempestades, e ele não pensa em abandoná-la em nenhum momento, sua força está ligada a sua parceira e ele faz de tudo para ficar com ela. Qualquer coisa por ela. Um casal perfeito, diga-se de passagem, não poderia considerar alguém mais perfeito para Aelin do que Rowan. Gavriel, um personagem que fez a diferença desde o livro Herdeira do Fogo, quando era o único da “equipe” de Rowan que percebia Aelin, merecia muito mais em questão de espaço narrativo, sua história foi pouco detalhada e seu final menos ainda. Lorcan é um caso sério de ódio e amor, porém nesse livro teve mais amor, junto com Elide, ele amadurece e aprende sentimentos que antes ele não se permitia ter, o crescimento do personagem é evidente e isso me deixou muito feliz. Elide, para mim, foi uma decepção, não por suas atitudes, mas pela falta delas.
Em Império de Tempestades, eu me apaixonei por Elide, por sua inteligência e sabedoria, e principalmente, como ela utilizava tudo isso ao seu favor. Porém, nesse livro, ela foi deixada de lado. Não é tratada como um peso e nem como essencial, ela somente está lá…existindo. Pensei que ela iria ser mais desenvolvida como personagem, em certos momentos, clamei para que ela começasse a treinar, estudar, qualquer coisa que pudesse fazer ela ser tão útil quanto os outros, porém parece que Sarah J. Maas não tinha os mesmo pensamentos para Elide. Não estou dizendo que ela é inútil, porque ela ajuda como pode, mas sinto como se a personagem ficasse de lado a maioria do livro. Como um lindo enfeite.
Já Aedion e Lysandra estão passando por momentos conturbados, tanto nas batalhas quanto na relação entre os dois, a esperança de ambos se esgotando junto com o poder do exército que Aelin conquistou. Os dois lutam o quanto podem, sem medo de morrer batalhando.
“— O rei que eu quero ser é o oposto do que você é. E há apenas uma bruxa que será minha rainha”

Outro personagem que não está nem ai se vai morrer ou não é Dorian. Quem leu minhas outras resenhas, sabe que eu sou apaixonada no “principezinho” e vê-lo em perigo me rendeu vários gritos e um coração pulsando a todo vapor. A todo momento eu falo isso, mas vale ressaltar, Dorian teve um desenvolvimento altíssimo ao decorrer dos livros, um dos personagens da trama que mais cresceu e aprendeu. E a forma como ele arquiteta seus planos me deixou nervosa, ele vai sem medo e faz acordos com o próprio demônio para conseguir o que quer. Na noite em que eu estava lendo seus capítulos mais perigosos, foi basicamente isso: “ Dorian pelo amor de Deus, o que tu fazendo?” “Dorian, toma cuidado que ódio!” “ Dorian olha onde você está se metendo!” “Dorian!”. Olha, uma peleja viu. Manon, também conhecida como amor de toda a minha vida, precisa se prova necessária e útil para se tornar Rainha das Bruxas e conquistar outro exército para a guerra, ela luta contra seu próprio orgulho e medos para ir em frente junto com as Trezes. Dorian e Manon se enrolam bastante nesse livro, sinceramente, o fogo deles é visível tanto quanto o receio da Manon em se apegar a alguém. O casal mais improvável e um dos que eu mais shippo desde o primeiro “ Oi, principezinho”.
As Trezes são a lealdade, tudo o que elas fazem por Manon e o quanto aguentam é de tirar o fôlego e mereciam mais. Chaol, Yrene, Nesryn e Satarq estão na trama mas não são o foco dessa vez, não como eram em Torre do Alvorecer, mas são importantes e ajudam muitoooo.
O livro Reino das Cinzas se torna agonizante pelos capítulos intercalados, tudo parece acontecer ao mesmo tempo, enquanto uns ganham a batalha de um lado, outros ao norte são massacrados, ao mesmo tempo em que um arriscar sua vida sozinho, a outra caminha até a guerra com novos exércitos e por ai vai. Tudo parece acontecer rápido demais e com emoções demais.
Se querem um conselho, respirem bem a cada capítulo porque as coisas só pioram ao decorrer tanto que a última batalha é cansativa e demorada. Porém, igualmente sangrenta.
A partir de agora, irei dá minhas considerações sobre o final, então obvio que vai ser cercado de spoiler enormes.
Você foi avisado (a)!
O que me decepcionou no livro foi o final, ele é bom considerando os acontecimentos mas, na minha opinião, faltou descrever. Somos largados, sem mais nem menos, com um final pouco satisfatório. Eu queria saber como Elide e Lorcan vão se aguentar, Manon e Dorian vão se desenvolver, tanto ele como rei de Adarlan como ela como Rainha das Bruxas, Nesryn como Imperatriz, Aelin e Rowan como reis e muito mais. Ainda não temos nenhum previsão de algum livro contando o “final feliz de Trono de Vidro” e provavelmente é difícil que tenhamos, a autora gastou bons anos nesses 8 livros e talvez esteja cansada do universo. Ainda assim, eu espero que um dia aconteça e que venha as descrições tão esperadas, não precisa nem ter um vilão ou um desenvolvimento digno, só precisa ter detalhes.

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