top of page

Resenha - A Lâmina Da Assassina - Minha Biblioteca

Atualizado: 10 de set. de 2020



 Sinopse: Conheça o caminho da assassina. Pavimentado com sangue, lágrimas e suor. Implacável, sedutora, letal. Poucos conhecem seu rosto, menos ainda sobrevivem à sua fúria. Não à toa Celaena Sardothian é sinônimo de morte. Suas lâminas são certeiras, assim como seu estranho código de honra e seu aguçado senso de justiça. Mas como uma menina, encontrada agonizando pelo rei dos Assassinos de Adarlan, se tornaria a campeã do rei? Disputada pelo capitão da guarda real e o próprio príncipe herdeiro? No centro de intrigas políticas? Acompanhe Celaena vencer um lorde pirata e toda sua tripulação; o encontro como uma curandeira; seu treinamento com o Mestre Mudo, senhor dos assassinos silenciosos, nas dunas do deserto Vermelho; a prisão nas Minas de Sal de Endovier; ou, ainda, sua luta contra o mais escorregadio e traiçoeiro dos adversários o próprio coração.

Autora: Sarah J. Maas

Editora: Galera Record

Páginas: 392



✰✰✰✰


OBS - A RESENHA PODE CONTER ALGUNS PEQUENOS SPOILERS


A Lâmina Da Assassina foi lançado no Brasil depois do segundo livro da série (“ A Coroa da meia-noite”) já está nas livrarias, porém só li o mesmo a poucos dias, já tendo lido o primeiro da série ano passado. Não é necessário ler esse livro para entender a série, até porque ele só conta coisas do passado da Celaena Sardothian. Mas, na minha opinião, seria interessante começar por ele. O livro vem recheado de traços da personagem principal bem menos madura e com um ego inflado por suas conquistas, ao longo dos contos nota-se o claro início de um amadurecimento e até mesmo algo a mais do que só "a melhor assassina”, como ela deseja ser vista.

No meu caso, eu já tinha lido o primeiro livro da série a um tempo atrás e como não lembrava de alguns detalhes, não foi incômodo começar pelo passado de Celaena. Na verdade, acredito que foi até mais divertido.O livro vem com cinco contos, todos seguem uma ordem cronológica, ou seja, nenhum deles pula de um passado muito distante para algo mais “recente”, os acontecimentos que tem em um, viram consequências para o início do conto seguinte.

A Assassina e o Lorde pirata


“Só para que saibam, vou recuperar o corpo de Ben, mas não esperem que eu estenda a mesma cortesia ao resto de vocês quando a hora chegar”


O primeiro conto começamos com a visão da personagem sobre seus principais “aliados” (depende do ponto de vista): Arobynn Hamel, seu mestre, considerado o rei dos assassinos, e querendo ou não, é ele quem dita como Celaena vai viver. Além dele, temos Sam Cortland que é apresentado como um inimigo em potencial. Logo de primeira a imagem descrita em relação a personagem principal a caracteriza como uma raivosa garota que não se priva de fazer o que tiver vontade, mesmo que pareça loucura.

Acompanhamos a Celaena e o Sam em uma missão nas ilhas Mortas para falar com lorde pirata de Erilea, Rolfe, mas os dois pouco sabem sobre o que realmente irão tratar, até o próprio tocar no assunto. Esse é o ponto chave de todos os outros contos, ao saber sobre o que deveria executar para Arobynn, nossa personagem toma a decisão de ser justa, afetando tanto o seu destino quanto o de Sam. Por ser o conto inicial, nas primeiras páginas não sentir tanta emoção e muito pouco de quem realmente é Celaena Sardothian, e sim o que ela queria transmitir para as pessoas ao redor. Mas nas páginas seguintes, por causa da decisão que a mesma tomou, começamos a desvendar quem é a Celaena do passado.


A Assassina e a Curandeira


“— Realmente voltaria para este continente… este império?

— É a coisa certa a fazer”

Arobynn Hamel ao saber dos atos de Celaena, age sem pensar e a manda para longe, especificamente para o deserto Vermelho, para ela obter a aprovação do Mestre Mudo. Só com uma carta escrita pelo homem em questão, a faria ser permitida de voltar. Por isso esse conto se passa em Innish, na estalagem Porco Branco, onde nossa personagem está hospedada até a chegada do próximo navio. Nessa estalagem conhecemos Yrene Towers, a atendente do local, uma garota sem esperanças de um grande futuro, acomodada e sem forças para sair da situação lamentável em que se encontra.

Yrene, primeiramente, iria trabalhar no Porco Branco apenas para conseguir dinheiro para pagar sua passagem á Antica, com o objetivo de ingressar na academia de curandeiros, porém ao decorrer do trabalho foi pensando que talvez precisasse de mais dinheiro para se manter no tal local e foi ficando mais do que pretendia, além do que, Nolan, dono do local, foi aumentando seu aluguel a impedindo de pagar suas dívidas e ainda juntar dinheiro para ir embora. As desculpas da personagem para não ter partido se perdem e aos poucos ela acaba se acomodando e achando mais fácil permanecer onde está.

Particularmente, eu amei esse conto! Yrene é um amor de pessoa e eu adoro o fato das duas terem se ajudado com o que tinham. Celaena mesmo com o jeito fechado e “ não me importo com nada” soube como ajudar Yrene e até mesmo Yrene com sua sinceridade conseguiu afetar Celaena. Sou muito iludida de esperar, nos próximos livros, um reencontro?


A Assassina e o Deserto.

“—Algum dia foi real?

—Em alguns momentos foi. Quando eu mandei você embora, foi real”


Celaena chega a ordem dos Assassinos Silenciosos, localizado no deserto Vermelho, e conhecemos o Mestre Mudo. A dinâmica dele com a nossa personagem em questão de treino e convivência é muito diferente do que Celaena está acostumada, o mestre honra seu nome e não tem muito interesse em conversar, e para iniciar suas lições com ele, nossa personagem precisa provar algo, ela só não sabe o quê. Enquanto o mestre não aceita treiná-la, ela se aproxima de Ansel, uma garota que tem fama no local e uma armadura tão chamativa quanto seu cabelo, mesmo estando ali a tanto tempo Ansel nunca foi chamada pelo mestre para ser treinada. Conhecemos também Mikhail, um caso de Ansel, e o Ilias, filho do Mestre Mudo, que demonstra interesse pela nossa protagonista desde a sua chegada. Ao decorrer, Celaena relembra o que aconteceu na noite em que voltou para casa depois de sua missão com Sam, a missão do primeiro conto, e a repulsa por cada palavra que li sobre o que aconteceu ainda está aqui e ela só piora nos próximos contos.

Mas enfim, QUE CONTO LINDO! Sim, a emoção é grande. Esse com certeza foi meu conto favorito desse livro, temos a verdadeira Celaena a torna, confusão, gritaria e choro livre. Depois que o mestre aceita treina-la, os treinos tomam a maior parte do tempo da protagonista e a outra parte é limpando os estábulos com Ansel, um belo castigo por uma confusão causada no outro dia.

Minha opinião sobre Ansel, por incrível que pareça, é a mesma que a Celaena conclui no final do conto, e espero rever Ansel por aí. Óbvio que com uma espada na mão, para a minha própria segurança, nunca se sabe quando ela irá tentar te apunhala pelas costas - Tá, parei!

O Mestre Mudo, ao meu ver, foi quem mudou tanto a Celaena. A forma como ele a tratou a fez perceber que Arobynn não era tão bom. O jeito como ele deixou ela livre e a treinou fez nossa personagem pensar sobre sua vida e se ela quer continuar como está. O “final” de todos até que me agradou....talvez nem tanto o do Mikhail, mas é aquele ditado, vamos fazer o quê?

A Assassina e o Submundo


“— Doneval… — sussurrou Philip —… amava seu país…— ele tomou um fôlego úmido, ódio e tristeza se misturavam em seus olhos — Você não sabe de nada”


Nesse penúltimo conto, temos a volta da Celaena para casa, depois de conseguir a aprovação do Mestre Mudo. Ao chegar na Guilda dos Assassinos ignora Wesley, guarda-costa do seu mestre, e parte para a sala de Arobynn. Ela entrega a carta do Mestre Mudo que foi destinada a ele, decidida a ficar em outro local, não queria mais morar com ele porém ainda trabalharia. O problema é que Celaena devia dinheiro para Arobynn, no passado distante, sua única alternativa foi aceitar os acordos de Arobynn e tudo isso teria que ser pago de volta. E o Mestre Mudo ajudou nessa parte, a mesma recebeu três baús cheios de ouro. Mais do que o suficiente para pagar tudo e sair. Porém, a reação de Arobynn foi diferente do que ela imaginava, ele pediu desculpas pelo o que fez e contou sobre uma oferta de trabalho ligada ao que Celaena defendia, fazendo ela dar um passo para trás em seu planos.

Também temos o reencontro com Sam e Lysandra, uma cortesã que foi resgatada e ajudada também por Arobynn. A relação entre as duas não é muito boa, principalmente porque Lysandra jogar seu charme em Sam. E aqui chegamos no que talvez seja o principal: Sam e Celaena. O reencontro entre os dois não é muito amável da parte de Celaena, pelo seu ciúmes e pelo confusão que sente ao entender que talvez não quisesse mais matar Sam. Eu sinceramente ainda não sei como eu sobrevivi a esse conto, o final dele foi só ódio da minha parte, tanto pela protagonista ter feito tudo no automático quanto pelo fato do Arobynn ter se safado do que fez. Ódio por ter sido engana e não ter percebido tudo antes, também entra na lista. Mas serve de consolo que eu, pelo menos, descobrir antes de cair a ficha da protagonista, o que significa que eu não sou tão lenta assim.


A Assassina e o Império


“— Meu nome é Sam Cortland e eu não vou sentir medo”


O mais importante conto é esse, aqui descobrimos o porque Celaena é presa e por quem. Caso você não sabia nada sobre Trono de Vidro e acha que eu acabei de dá um spoiler enorme, relaxe, pois o início do primeiro livro ela já está presa. Por isso digo que esse é o mais importante, porque aqui descobrimos como tudo aconteceu.

Aqui temos Celaena saindo da mansão do mestre junto com Sam e se mudando para o local que ela comprou antes, mas não se permitiu mudar. Porém depois da palhaçada que ocorre no outro conto, acho que ela fez o mínimo. Sam e Celaena moram sozinhos agora e precisam se sustentar, além de sair de vez das garras do mestre. Dinheiro e mais dinheiro foram gastados para isso acontecer e eu aviso: adiantou de nada.


“—Por que fez isso?

— Porque não gosto de compartilhar o que me pertence “


A conclusão desse conto não me surpreendeu tanto, pois já sabia que tudo ia acabar bem mal, exatamente pelo início do real livro, porém ainda sim… o fato da Celaena não perceber o óbvio nem nas últimas linhas do livro, me deixou muito agoniada, o fato dela não deixa Wesley terminar de falar antes de fazer um ato idiota, também não ajudou. Porém, mesmo com todos os surtos de madrugada e a vontade de sentar ao lado da personagem e gritar: “ acorda!”, eu amei bastante o livro e recomendo para quem quer iniciar a jornada por essa série enorme.

“Tudo tem um preço”

Comments


bottom of page